Você sabe como coletar pontos de controle em campo? Esse processo se faz necessário para realizar a amarração de imagens de satélite com a melhor precisão absoluta e obter assim um produto de melhor precisão cartográfica.
Os erros cometidos pelas equipes contratadas para a coleta de pontos de controle são muito frequentes. Esses erros invalidam o uso dos pontos obtidos, gerando custos adicionais para refazer nova coleta. Sem mencionar no atraso da entrega do serviço finalizado.
A EngeSat indica, para orientar a equipe de coleta em campo, as micro regiões nas quais devem ser coletados os pontos de controle. Tão importante quanto a precisão de localização dos pontos de controle é a sua boa repartição na área de interesse. A repartição gera um modelo geométrico de correção de qualidade para georreferenciar ou ortorretificar a imagem de interesse. Veja a ilustração abaixo:

Na prática
- O trabalho de campo pode começar pelo transporte de coordenadas com GPS L1L2, com leitura mínima a ser estabelecido para a precisão que se procura, ou através de marco oficial do IBGE quando disponível por perto.
- Para uma imagem de resolução "R", o ponto de controle deverá ter precisão de localização absoluta de "R/2", por exemplo para uma imagem de 0,50m de resolução, obter 0,25m de precisão absoluta de localização ou melhor. Para isto, use um equipamento com receptor GPS com capacidade e precisão compatível com seus objetivos.
- Para uma imagem recobrindo "X" Km2, recomendamos coleta entre 10 a 15% de "X" pontos de controle, por exemplo, para 100 km2, obter de 10 a 15 pontos de controle.
- Um bom ponto de controle é um local de FACIL ACESSO no campo e BEM VISÍVEL na imagem de satélite, tanto pela sua cor como tamanho e forma geométrica. Os pontos de controle ou apoio devem ser locais fotoidentificáveis, permitindo a comparação entre as coordenadas de referência e as obtidas na imagem.
- Em regra geral, o trabalho de campo deve ser feito depois de recebida a imagem bruta da área de interesse para poder escolher na imagem os pontos de controle em campo, correspondendo a feições bem identificadas e localizadas na imagem.
IMPORTANTE: Fazer o trabalho de campo sem ter analizado a imagem bruta é a porta aberta para muitos erros e perda de tempo. Há o risco de pontos de controle serem levantados fora da área de interesse e da área de recobrimento da imagem, o que os torna inutilizáveis.

Não servem para pontos de controle os pontos destacados em vermelho:
- Um ponto no meio de um pasto ou de uma lavoura ou em solo nú, ou ao longo de uma estrada, pois não existe como identificá-lo na imagem.
- Um ponto sob árvores, no meio de vegetação alta, área de sombra projetada por uma nuvem, edifício ou árvore pois não existe como identificá-lo na imagem.
- Uma porteira ou uma cerca que não é visível na imagem por ser muito fina ou estreita.
- Uma feição cuja cor não se destaca claramente no seu ambiente em volta, pois estará camuflada na imagem.
Servem para ponto de controle os pontos destacados em verde:
- Canto de uma edificação, desde que bem visível na imagem e identificado no relatório. Uma foto do local pode ajudar o operador na hora de usar o ponto de controle.
- Cruzamento ou bifurcação de estradas, desde que bem visível na imagem e identificado no relatório.
- Canto de uma parcela agrícola, desde que bem visível na imagem e identificado no relatório.

- Ponto sobre uma ponte passando sobre um rio, desde que bem visível na imagem e identificado no relatório.
- Uma mancha de vegetação em local deserto, desde que bem visível na imagem e identificado no relatório.
- Uma marca desenhada no solo antes do imageamento do satélite, desde que bem visível na imagem e identificado no relatório.
- Qualquer feição natural ou construída, com posição imóvel e tamanho suficiente, sempre bem visível na imagem de satélite e bem identificado no relatório.
Relatório
Sugerimos a elaboração de um relatório contendo ilustrações para cada ponto de controle coletado e devidamente numerado. Clique na imagem ao lado e observe todas as informações técnicas contidas. Veja aqui igualmente o roteiro de seu agrimensor para o seu projeto sair certinho !
Não esqueça de:
- Medir e reportar igualmente a altitude medida para cada ponto de controle pois isto é importante em caso de ortorretificação, que usa um modelo de terreno para corrigir as deformações do relevo.
- Fornecer os dados de cada ponto rastreado em forma digital editável pronta para CAD, podendo ser igualmente arquivos com as coordenadas cartográficas em tabela no formato .xls ou pontos em .shp ou outro formato vetorial.
- Especificar a projeção, e o datum horizontal e vertical usado nas coordenadas.
- Fornecer ART do trabalho que será citado como fonte dos pontos de controle no trabalho, que terá sua ART igualmente certificando a precisão de localização alcançada pela correção geométrica usando os tais pontos de controle e gerando calculo de erro quadrático médio.
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Esta publicação foi escrita por Laurent Martin, formado em Agronomia e com Mestrado em Sensoriamento Remoto Aplicado no Reino Unido, é responsável pela direção da EngeSat.
O objetivo desta seção é esclarecer como imagens de satélites de alta e altíssima resolução podem ser usadas nos projetos de Georeferenciamento de Imóveis Rurais, seguindo a NORMA TÉCNICA PARA GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS -3ª Edição, publicada pelo INCRA em 2013.
EXEMPLOS DE IMAGENS DE ALTÍSSIMA RESOLUÇÃO
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Pleiades PSM 0,50 m colorido em area de mata fechada, Aripuanã- MT, Escala 1:2.500
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Recorte de cena TRIPLESAT de 1 m de resolução, Cores naturais
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Pleiades PSM de 0,50 m de resolução P&B de área rural de Anápolis-GO
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SPOT 6 de 1,50 m de resolução de uma área florestal cultivada perto de Ipaba, MG
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Imagem Kompsat 3A modo PSM, cores naturais, de 40 cm de resolução de uma área rural, escala 1:2.000
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RapidEye, 5 m de resolução cores naturais, 3-2-1 em RGB, de área florestal
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Ikonos PSM, 1 m de resolução, área residencial de Brasilia - DF com curvas de nível e delimitação de áreas construídas sobrepostas
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Kompsat 2, PSM, 1 m de resolução, área florestal de Teixeira Soares - PR
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Quick Bird, PSM 0,60 m colorido, área rural
De fato, é possível usar imagens de satélites para definição de vértices em locais inacessíveis conforme parágrafo seguinte, o que vem sendo feito em áreas de matas e rios que oferecem dificuldades para serem alcançadas.
Padrões de precisão
Os valores de precisão posicional (planimetrica) a serem observados para vértices definidores delimites de imóveis são:
a) Para vértices situados em limites artificiais: melhor ou igual a 0,50 m;
b) Para vértices situados em limites naturais: melhor ou igual a 3,00 m;
c) Para vértices situados em limites inacessíveis: melhor ou igual a 7,50 m.”
O ponto C trata de V – Vértice Virtual (não ocupado nem materializado)
METODOLOGIA
Se trata de comprovar que a imagem de satélite usada para o projeto tem de fato precisão de localização absoluta melhor ou igual a 7.50 m.
As especificações das imagens de altíssima e alta resolução disponiveis no mercado são como segue
- World View 1, 0,50 m de resolução P&B
- World View 2, 0,50 m de resolução colorido
- World View 3, 0,50 ou 0,40 ou 0,30 m de resolução colorido
- GEOEYE, 0,50 m de resolução colorido
- Pleiades, 0,50 m de resolução P&B
- Kompsat-3, 0,70 m de resolução colorido
- Kompsat3-A, 0,40 m de resolução colorido
- Gaofen 2, 80 cm de resolução colorido
- SPOT6/7, 1,50 m de resolução colorido
A precisão de localização absoluta destas imagens de satélite de altíssima resolução é geralmente situada entre 3 e 6 m (erro circular medido em 90% dos casos)
Não está impedido nestes projetos o uso de outros tipos de imagens de altíssima resolução que a ENGESAT oferece igualmente ( Triplesat, Ikonos, Quick Bird, Kompsat-2, …) cuja especificação de precisão de localização com correção de sistema seja pior que 7,50 m, portanto que sejam devidamente ortoretificada e que o resultado final da precisão de localização seja comprovadamente melhor que 7,50 m.
Exemplo de interpretação visual de imagem Pleiades de 50 cm de resolução de divisa inacessível em área de mata onde o rio é a feição natural que delimita o imóvel rural. Se aplica a norma “c) Para vértices situados em limites inacessíveis: melhor ou igual a 7,50 m.”

Pelo fato de que a precisão de localização
destas imagens com correção de sistema seja apena uma especificação teórica do sistema de imageamento, é necessário para cada projeto e cada imagem usada comprovar esta precisão com pontos de controle em campo para aferição da imagem usada. Os pontos de controles levantados a campo devem ser objeto de ART,. a ENGESAT fornece depois de usados estes pontos para amarração da imagem outra ART comprovando a precisão final da imagem processada geométricamente.
Acompanha, como resultado do trabalho, a interpretação dos limites inacessíveis realizada na imagem de satélite, a relação das coordenadas (pela norma do Sigef, em projeção geográfica) das vértices devidamente numeradas para serem usadas no memorial descritivo, e os dados vetoriais de interpretação (vetor do limite inacessível) em .shp. dwg e .txt.

Vetores de áreas publicas e privadas certificadas do SIGEF numa parte de MS
Será apresentada no relatório a metodologia de levantamento dos vértices, demonstrando como foram obtidos os valores de altitude elipsoidal. O relatório informará qual imagem foi utilizada, qual o fornecedor da imagem, qual a precisão posicional da imagem utilizada, e de que maneira a metodologia empregada propiciou os valores de precisão informados na planilha ODS. Pontos de controle servirão igualmente para comprovar e calibrar a informação altimétrica fornecida.
Consulte aqui as nossas orientações sobre coleta de pontos de controle para esta etapa de trabalho.
Bibliografia de Referência
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