O georreferenciamento de imóveis rurais é o processo de determinar e registrar, de forma precisa, as coordenadas geográficas de uma propriedade rural. Utilizando tecnologias como imagens de satélite e equipamentos de GPS de alta precisão, ele define os limites exatos da área. Esse processo é regulamentado pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e deve ser realizado de acordo com as normas do SIGEF (Sistema de Gestão Fundiária). O objetivo é garantir que a localização e os limites da propriedade sejam reconhecidos oficialmente, facilitando a regularização fundiária e evitando disputas de fronteiras.
Imagens de satélites de alta e altíssima resolução podem ser usadas nos projetos de Georreferenciamento de Imóveis Rurais, conforme a Manual de Normas Técnicas para Georreferenciamento de Imóveis Rurais - 1ª Edição - 2013 e Manual de Normas Técnicas para Georreferenciamento de Imóveis Rurais - 2ª Edição - 2022, publicada pelo INCRA.
*Sendo assim, é possível utilizar imagens de satélites para definir vértices em locais inacessíveis, como áreas de matas e rios, que são difíceis de alcançar.
Os valores de precisão posicional (planimetrica) a serem observados para vértices definidores delimites de imóveis são:
a) Para vértices situados em limites artificiais: melhor ou igual a 0,50 m;
b) Para vértices situados em limites naturais: melhor ou igual a 3,00 m;
c) Para vértices situados em limites inacessíveis: melhor ou igual a 7,50 m (RMS ≤ 7,5).
*Sendo necessarios Vértice Virtual (não ocupado e nem materializado)
Se trata de comprovar que a imagem de satélite usada para o projeto tem de fato precisão de localização absoluta melhor ou igual a 7.50 m (RMS ≤ 7,5).
As especificações das imagens de altíssima e alta resolução disponiveis no mercado são como segue
Como fazer a escolha de uma imagem de satélite : Ebook ENGESAT
A precisão de localização absoluta destas imagens de satélite de altíssima resolução é geralmente situada entre 3 e 6 m (erro circular medido em 90% dos casos)
O uso de outros tipos de imagens de altíssima resolução fornecidas pela Engesat (como Triplesat, Ikonos, QuickBird, Kompsat-2, entre outras) não está impedido nesses projetos, desde que sua precisão de localização, após a correção do sistema, seja inferior a 7,50 m. Para isso, as imagens devem ser devidamente ortorretificadas, garantindo que o resultado final da precisão de localização seja comprovadamente melhor que 7,50 m.
Inicialmente, é necessária uma imagem de satélite de boa resolução para o desenvolvimento do projeto. A partir dessa imagem, são definidos os pontos de controle (GCPs), que serão coletados em campo por um profissional capacitado, utilizando equipamentos de alta precisão para localização geográfica.
Durante a coleta dos pontos de controle, serão preenchidos documentos chamados "Memorial Descritivo de Pontos de Controle", nos quais constarão:
Informações de identificação dos pontos;
Coordenadas planimétricas e altimétricas registradas em campo;
Fotografias obtidas durante a coleta;
Confirmação da localização dos pontos dentro da imagem de satélite.
Esse processo garante maior precisão e confiabilidade ao projeto de georreferenciamento.
Importância dos Pontos de Controle e Check
Os pontos de controle devem ser fotoidentificáveis para permitir a comparação entre as coordenadas de referência e as obtidas na imagem. O levantamento da poligonal da gleba não pode ser utilizado como base de comparação, pois pode ser contestado.
Para atender à Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais do INCRA SIGEF, é essencial coletar pontos de controle e pontos de check. Cruzamentos de estradas, vias rurais e acesso secundárias podem ser utilizados para essa finalidade.
Com esses pontos e a imagem, é possível aferir a precisão do levantamento. Para validação do projeto, além dos pontos coletados, devem ser encaminhados a imagem e os relatórios de processamento.
Consulte aqui as nossas orientações sobre coleta de pontos de controle para esta etapa de trabalho.
Consulte o exemplo de monografia a ser elaborado em alta definição.
Após a coleta dos pontos de controle e o envio do material, incluindo os memoriais descritivos, o processamento de ortorretificação é realizado em um software especializado, utilizando um modelo de terreno preciso para garantir maior acurácia na correção geométrica da imagem.
Com a imagem ortorretificada, inicia-se a interpretação e a geração de vértices virtuais, permitindo a delimitação precisa da propriedade, especialmente em áreas de difícil acesso.
Com todos os processamentos concluídos corretamente, os produtos finais são gerados, exportados e preparados para envio e conclusão do projeto. Os principais resultados incluem:
Imagem de satélite ortorretificada
Vértices virtuais em formatos como .shp, .dwg e .txt
Relatório estatístico de ortorretificação, com o erro médio final (RMS)
Relatório final, detalhando o processamento e a interpretação dos dados
Esses produtos garantem a precisão e a qualidade do georreferenciamento.
Além disso, o trabalho inclui a interpretação dos limites inacessíveis a partir da imagem de satélite, a relação das coordenadas (conforme a norma do Sigef, em projeção geográfica) dos vértices numerados para uso no memorial descritivo e os dados vetoriais da interpretação do limite inacessível, disponíveis nos formatos .shp, .dwg e .txt.
O relatório do projeto apresenta detalhes sobre o processamento e ajustamento geométrico, além de metadados das imagens de satélite utilizadas, permitindo verificar a precisão posicional.
O comentário de um cliente de Minas Gerais em 12-10-17 que foi a campo levantar os pontos de controle para o seu projeto, com as imagens brutas em mãos, para produzir as monografias que serão usadas para ajuste preciso da imagem do projeto:
"Não achei os pontos muito desviantes do que observei na imagem. Nunca tinha trabalhado com essa ferramenta. Caso dê certo, vai me surpreender. Pensava que seria mais complicado, e que os pontos sobre o terreno não fossem achados com facilidade."
A etapa dos pontos de controle em campo é a fase mais delicada e condiciona toda a precisão de localização do levantamento, da interpretação e dos vértices fornecidos.
Em áreas muito fechadas, somente com vegetação natural, sem drenagens evidentes, sem feições visíveis para pontos de controle (picadas, carreadores,...) não é possível aplicar a metodologia pois não há como levantar pontos de controle geométrico com qualidade, e com isto não há como certificar a precisão geométrica da imagem, e ainda menos interpretar limites naturais que servirão para extrações de vértices. Assim a delimitação da área de interesse para analise preliminar é muito importante.
Comercialmente, o cliente interessado deve indicar com clareza as linhas de divisas a serem levantadas, incluindo vértices virtuais. Uma análise prévia com imagens de acervo permitirá avaliar a viabilidade do levantamento e a disponibilidade de pontos de controle em áreas acessíveis próximas. Geralmente, utilizamos um corredor de 3 km de largura total ao longo da divisa de interesse.
Cada caso será analisado individualmente, e uma proposta comercial será elaborada conforme as especificidades do levantamento.
Entre em contato conosco para solicitar uma proposta técnica e comercial personalizada para o georreferenciamento de imóveis rurais, totalmente adaptada às suas necessidades.
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